quarta-feira, 7 de março de 2018

Dia Internacional da Mulher Proletária : A história de uma luta com mais de um século


Dia Internacional da Mulher Proletária : A história de uma luta com mais de um século

Antes de existir o dia já havia a luta. No final do século XIX as mulheres começaram a sair à rua para pedir mais direitos. Organizações femininas dentro dos movimentos operários protestavam contra as 15 horas de trabalho diárias e os salários baixos.

As origens do Dia Internacional da Mulher chegam a 1857. A 8 de março um grupo de trabalhadoras da indústria têxtil organizou uma marcha em Nova Iorque para exigir melhores condições de trabalho, a jornada diária reduzida para 10 horas e direitos iguais para homens e mulheres. Cinquenta e um anos depois, a 8 de março de 1908, um outro grupo de trabalhadoras em Nova Iorque escolheu a data para avançar para uma greve, homenageando as antecessoras. Queriam o fim do trabalho infantil e o direito de votar.

O primeiro dia consagrado às mulheres e aos seus direitos surgiu um ano depois, assinalando essa greve. Nos Estados Unidos, a 28 de fevereiro de 1909, o Partido Socialista da América instituiu o Dia Nacional da Mulher. No ano seguinte, na Conferência Internacional das Mulheres Socialistas em 1910, em Copenhaga, na Dinamarca, foi aprovada uma resolução que propunha seguir o exemplo norte-americano, dando-lhe um caráter universal. O Dia Internacional das Mulheres nasceu aí e as comemorações foram-se estendendo pela Europa.

Mas há uma outra data importante nesta história - 25 de março de 1911. Nesse sábado, 146 mulheres morreram num incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist, em Nova Iorque (veja aqui as fotos). A maioria das vítimas era imigrante. Os relatos desse dia contam que as mulheres estavam trancadas num nono andar. Muitas morreram queimadas, outras da queda, depois de se atirarem em desespero pelas janelas. 

Na Rússia, o Dia Internacional da Mulher começou a ser celebrado em 1913, e acontecia no último domingo de fevereiro. Ficou para a história o ano de 1917, durante a Primeira Guerra Mundial. A 23 de fevereiro (8 de março, no calendário gregoriano) centenas de trabalhadoras de fábricas têxteis entraram em greve e saíram à rua num protesto que pedia Pão e Paz.

A luta pelos direitos das mulheres proletárias tem mais de um século, hoje como no passado continuam a ser altamente descriminadas e exploradas, os seus direitos conquistados estão sériamente ameaçados, o desmprego, os baixos salários e os altos ritmos de trabalho são disso uma prova concreta. Esperemos que uma nova mobilização aconteça e que a luta como no passado se agigante  pela defesa dos direitos conquistados e por novas conquistas, rumo à emancipação social da escravatura capitalista

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